O mercado de jogos eletrônicos no Brasil está em plena ascensão, consolidando-se como um dos segmentos de entretenimento mais lucrativos e dinâmicos do país. Nos últimos anos, os números mostram que o Brasil se destaca como um dos principais mercados consumidores de games no mundo. Vários fatores estão ligados a esse crescimento, como o aumento do acesso à internet, a popularização de smartphones e tablets e a maior produção de conteúdos relacionados a jogos.
Crescimento no Mundo
No cenário global, segundo a consultoria Newzoo, a estimativa é que o mercado global de games chegue a US$ 187,7 bilhões em 2024, um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior. Os jogos para dispositivos móveis representaram cerca de 50% desse total, impulsionados pela popularidade em mercados como o Brasil. O relatório ainda indica que 3,4 bilhões de pessoas são entusiastas de jogos.
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O Brasil é o maior mercado de jogos da América Latina e ocupa a 10ª posição no ranking global de consumo. É claro que os números brasileiros ainda ficam distantes de outras regiões. Do valor total, a América Latina deve contribuir com US$ 9,1 bilhões, um crescimento de 6,2% em relação a 2023. Os Estados Unidos lideram o ranking, movimentando US$ 47 bilhões no mercado de jogos, seguidos de perto pela China, com US$ 45 bilhões.
Bons números no Brasil
Em linha com o crescimento mundial, os dados sobre o mercado gamer no Brasil também são impressionantes e revelam um setor em constante evolução. A Newzoo estima que o gasto dos brasileiros com jogos deve atingir US$ 3,5 bilhões até 2025, comparado a US$ 2,7 bilhões em 2022. De acordo com relatório da Pesquisa Game Brasil (PGB), que analisa hábitos do mercado gamer na América Latina, o número de brasileiros que jogam cresceu.
Em uma pesquisa que envolveu 13.360 participantes, 73,9% afirmaram que possuem o costume de jogar jogos eletrônicos, um crescimento de 3,8% no comparativo com 2023. A faixa etária mais representada foi de 35 a 39 anos, com 16,9% dos entrevistados, seguida por 30 a 34 anos. A terceira posição teve empate entre as faixas de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos. Entre os participantes, 85,4% afirmaram que os jogos eletrônicos estão entre suas principais formas de diversão.
Outro ponto que fica claro pelos dados da PGB é o domínio dos dispositivos móveis entre aqueles que gostam dos jogos. O smartphone foi apontado por 48,8% dos entrevistados como a plataforma preferida para jogar, seguido pelo videogame, com 21,7%, e o computador, com 14,8%. Os jogadores que utilizam tablets representam 2,8% do total, enquanto aqueles que disseram preferir um notebook são 7,8%.
Motivos para o crescimento
O sucesso do mercado gamer no Brasil não é por acaso. Diversos fatores contribuem para esse crescimento acelerado no país, que se repetem em outros países da América Latina. Um deles é a expansão da cobertura de internet de alta velocidade e dados móveis, assim como a implementação do 5G. O avanço da internet móvel se soma à maior acessibilidade dos smartphones, fatores que tornaram os games mais democráticos e aumentaram o público alcançado pelos jogos.
Ainda que no Brasil o custo de computadores gamer e outros equipamentos eletrônicos esteja acima do orçamento de muitas famílias, os eSports seguem crescendo e ganhando espaço. Isso leva à criação de comunidades e de uma cultura gamer engajada, que torce por times brasileiros e apoia criadores de conteúdo de seus jogos favoritos. Dessa forma, grandes empresas investem no cenário, capitalizando sobre essa paixão e, ao mesmo tempo, fortalecendo o mercado de jogos eletrônicos.
Olho no futuro
Ao que tudo indica, o mercado gamer no Brasil está longe de atingir seu limite. As perspectivas para os próximos anos são otimistas, com previsão de crescimento contínuo, especialmente no segmento mobile e nos eSports. O relatório da Newzoo estima um crescimento anual de 3,1% do mercado global até 2027, elevando o faturamento total para US$ 213,3 bilhões. É difícil imaginar que o Brasil não acompanhe a ascensão do cenário.
Além disso, o avanço do 5G e a popularização de tecnologias como realidade virtual e aumentada prometem transformar ainda mais a experiência dos jogadores. O apoio ao desenvolvimento local também pode ganhar força, com estúdios independentes brasileiros começando a ganhar reconhecimento internacional, o que traria ainda mais oportunidades na indústria.