As transações in-game tomaram conta do mercado

Saiba o que são transações in-game e como elas mudaram o mercado dos games

Nos últimos anos, o mercado de jogos eletrônicos passou por uma transformação significativa. Parte dessa evolução está relacionada ao surgimento e à popularização das transações in-game, ou microtransações, um modelo de monetização que mudou a forma como os jogos são desenvolvidos, distribuídos e consumidos. Enquanto o mundo dos games passa por um momento de crescimento, as transações in-game também tiveram uma explosão em sua participação no cenário.

O que são transações in-game?

Transações in-game referem-se à compra de itens ou vantagens dentro de um jogo, geralmente adquiridos com dinheiro real para melhorar a experiência do jogador, personalizar personagens, desbloquear conteúdos ou progredir mais rapidamente, para citar alguns exemplos. Esses itens podem ter funções práticas ou meramente estéticas.

Você se interessa por games e quer fazer parte do Latam Bank? Saiba como

No caso de itens cosméticos, o jogador compra algum tipo de personalização, seja em skins, roupas ou acessórios para utilizar dentro do jogo. Esses itens não afetam o desempenho da disputa, servindo apenas como forma de customizar a experiência. No entanto, existem também itens funcionais, que podem ser vidas extras ou habilidades especiais, por exemplo, e ajudam os participantes a avançar no jogo de forma mais fácil.

Outra opção popular de transações in-game é a de conteúdo adicional. Após terem comprado um jogo e explorado ao máximo os jogadores podem comprar expansões ou novos mapas, por exemplo. Assim, aumentam o tempo possível de experiência dentro daquele mesmo universo que já aprovaram. Dependendo do jogo, também é possível utilizar dinheiro real para comprar moedas virtuais, que podem ser usadas para diversas funções dentro do jogo.

A origem do modelo

As transações in-game surgiram no início dos anos 2000, quando desenvolvedores começaram a explorar novas formas de monetização que não a venda tradicional de jogos em mídia física. A popularização desse modelo coincidiu com o crescimento dos jogos gratuitos, que monetizam a experiência por meio de compras opcionais. Outro fator que impulsionou as transações in-game foi a diminuição do uso de mídias físicas, já que muitos jogos passaram a ser vendidos exclusivamente em plataformas online.

A expansão dessas compras entre os amantes de games impressiona. Segundo o relatório Comscore State of Gaming de 2024, 82% dos gamers dos Estados Unidos realizaram pelo menos uma microtransação em jogos grátis no ano anterior. Números da empresa de pesquisa Statista também mostram como esse tipo de transação evoluiu rapidamente no mundo nos últimos anos. De US$ 54 bilhões em receita global em 2020, o montante estimado para 2024 é de US$ 71 bilhões, com previsão de crescimento para US$ 74,4 bilhões em 2025.

Jogos como League of Legends, Fortnite e Candy Crush são alguns exemplos que mostraram que as microtransações poderiam gerar receitas gigantescas. Esse modelo permitiu que desenvolvedoras atingissem um público maior, pois não há custo inicial para o jogador. Assim, um grande número de pessoas pode testar o jogo e, para aqueles que realmente se apaixonarem pela história, há a opção de ir além com as compras in-game.

O que isso muda?

A popularização das microtransações possui várias consequências no mercado de desenvolvimento de jogos. O primeiro ponto a se considerar é que antes os estúdios faturavam apenas com a venda dos jogos, enquanto agora é possível obter uma receita recorrente de um mesmo jogador. Assim, lançamentos antigos, mas de grande sucesso, seguem trazendo grande rentabilidade por muitos anos.

Isso levou também a uma democratização no alcance de jogos populares. Há diversas opções que não exigem computadores ou celulares de última geração e cujo download é gratuito. Dessa forma, a experiência gamer deixou de fazer parte de um nicho e passou a ser acessível a uma parcela muito maior da população. Isso é visto principalmente no cenário dos jogos mobile, que evoluíram rapidamente em número de jogadores.

No entanto, as compras in-game também trouxeram um aspecto que muitos consideram negativo. Como alguns jogos optaram pelo modelo gratuito, monetizando apenas as microtransações, há críticas sobre as práticas conhecidas como “pay-to-win”. O termo refere-se a jogos que oferecem vantagens desproporcionais a jogadores pagantes ou que dificultam o progresso de quem não realiza compras, comprometendo a experiência.

Conclusão

As transações in-game representam uma das mudanças mais significativas na indústria dos jogos, pois geraram alterações profundas em vários aspectos desse universo. Elas transformaram o mercado, permitindo que jogos fossem acessíveis a um público maior e que desenvolvedores mantivessem receitas contínuas. No entanto, o modelo também trouxe desafios, exigindo regulamentação e práticas éticas para assegurar uma experiência justa e equilibrada para todos os jogadores.

Clique aqui para preencher o formulário e fazer parte do Latam Bank